Prisma: Rete apresenta resultados finais do projeto com abrangência no Brasil e países da AL

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Em construção desde 2022, projeto agregou conjunto de redes de pesquisas do México, Colômbia e Chile

A Rede Brasileira de Pesquisa e Gestão em Desenvolvimento Territorial (Rete), organização-sede da Cátedra Itinerante pelo segundo ano consecutivo, apresentou na sexta (12/04) os resultados finais do projeto Produção Rural Inclusiva e Sistemas Alimentares: apontando caminhos para a consolidação de nichos de inovação (Prisma). A apresentação foi online e a pesquisa estará disponível em breve.

O Prisma tem abrangência no Brasil e também foi executado com redes parceiras no México, Colômbia e Chile. O componente internacional do projeto, que está em construção desde 2022, foi desenvolvido em parceria com a Rede Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural na América Latina e Caribe (Rede PP-AL), e agregou o conjunto de redes de pesquisas do desenvolvimento territorial com propósito de levantar evidências em inclusão produtiva no México, Colômbia e Chile.

Nestes países, foram identificados desafios e possíveis inovações que pudessem influenciar em políticas públicas para IPR. “Para isso, foram consideradas ações públicas ou privadas que levassem em conta a diminuição das condições de vulnerabilidade de comunidades rurais pelo caminho da inclusão a mercados, do aumento da produtividade e de empreendimentos econômicos vinculados a processos de segurança alimentar”, afirma Mireya Valencia, coordenadora do Projeto Prisma e integrante da Rete.

Para a análise dos casos foram observados arranjos institucionais de cada uma das experiências, destacando as ideias que os orientam, os instrumentos que caracterizam as ideias, o papel do Estado e o tipo de beneficiários que atendem. Entre os desafios apontados estão: permanência da concepção setorial de inclusão produtiva, ausência de ações de monitoramento e avaliação, e escassez de recursos financeiros.

No Brasil

A forte organização coletiva e o papel importante das tecnologias digitais para acesso a mercados estão entre os resultados encontrados na pesquisa realizada no Brasil, onde o objetivo foi compreender e analisar experiencias bem-sucedidas sobre IPR, em três dimensões: segurança alimentar, produção diversificada e acesso a mercados.

“Buscamos compreender o que favorece e o que bloqueia essas experiencias de inclusão produtiva rural no Brasil para uma transição a sistemas sustentáveis. Especialmente no contexto de aumento da fome no Brasil e no mundo rural, levado pelo desmonte de políticas públicas e pelo contexto pandêmico”, afirma Paulo Cesar Diniz, professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA).

As experiências analisadas foram as redes de feiras agroecológicas em Itapipoca, no Ceará, e no Polo da Borborema, na Paraíba, onde destacam-se o forte trabalho coletivo para a produção alimentar sustentável, vinculado ao sindicalismo, e o enfrentamento ao regime convencional alimentar e, adicionalmente, à um regime contraditório no âmbito da sustentabilidade ligado à produção de energia renovável (eólica).

“Entre os resultados mais importantes também está a necessidade de políticas públicas, tanto em termos de quantidade como qualidade e dois enfrentamentos necessários: ao regime vinculado à agricultura convencional (uso de agrotóxicos e monocultura) e regimes vinculados à dimensão sustentável, como energia eólica e solar, já que eles têm uma sustentabilidade relativa, que muitas vezes acabam desestruturando as comunidades nas suas organizações e desenvolvimento”, afirma Ivan Tartaruga, integrante da Rete.

O seminário também contou com a participação do diretor presidente da Rete, Mario Ávila, da representante do Território Agroecológico da Borborema, Roselita Vitor Albuquerque. Assista ao seminário e conheça os resultados finais do Projeto Prisma.

“Ficamos bastante satisfeitos com os resultados alcançados a partir da nossa parceria. Nos últimos anos, esse projeto trouxe aportes importantes para o entendimento das políticas de inclusão produtiva no Brasil e na América Latina”, avalia César Favarão, integrante da coordenação da Cátedra.

Ascom Cátedra

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