Prêmio Ignacy
Sachs sobre
inclusão
produtiva
O que é o Prêmio Ignacy Sachs?
A Cátedra Itinerante Inclusão Produtiva Rural promove a cada dois anos o Prêmio Ignacy Sachs, destinado a reconhecer o mérito dos melhores trabalhos acadêmicos produzidos no Brasil sobre inclusão produtiva rural.
O prêmio abrange três modalidades:
a) Melhor Artigo Científico (publicado ou inédito);
b) Melhor Dissertação de Mestrado;
c) Melhor Tese de Doutorado.
Quem foi Ignacy Sachs?
Ignacy Sachs foi um dos estudiosos pioneiros na busca por novos paradigmas de desenvolvimento baseados na convergência entre expansão do bem-estar e valorização da diversidade socio-bio-cultural.
Ao longo de sua vida, Sachs se destacou por seu esforço em mostrar que o Brasil é um dos países mais bem posicionados para liderar uma transição em escala planetária, marcada por novas formas de relação entre sociedade e natureza, nas quais a ampliação das oportunidades econômicas das pessoas também está em primeiro plano, sem prejudicar o meio ambiente. Sua obra Rumo à Ecossocioeconomia: teoria e prática do desenvolvimento (2009) apresenta um modelo de desenvolvimento que integra simultaneamente as dimensões social, econômica, ambiental, territorial e cultural.
Conheça todas as edições
I edição do Prêmio Ignacy Sachs
Em 2023, a Cátedra Itinerante Inclusão Produtiva Rural selecionou os três melhores trabalhos acadêmicos produzidos no Brasil sobre inclusão produtiva rural nas modalidades Artigo Científico (publicado ou inédito), Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado.
A escolha dos trabalhos foi feita por uma Comissão Julgadora, nomeada pela equipe de coordenação da Cátedra, composta por três membros com notório conhecimento sobre o tema. Os critérios foram a originalidade e a relevância para o debate sobre inclusão produtiva no Brasil rural e interiorano.
Com a premiação, o artigo inédito e a dissertação (que foi transformada em artigo) foram publicados em revistas científicas. Já a tese foi publicada como livro em formato e-book. Todos os trabalhos receberam diploma atestando a premiação.
Arranjos Multiatores para a Inclusão Produtiva Rural: Agriculturas do Sertão e da Floresta
Zilma Borges e Caio Momesso, da Fundação Getúlio Vargas, Raoni Fernandes Azerêdo, da Universidade Federal do Oeste do Pará, e Eduardo Vivian da Cunha, da Universidade Federal do Cariri, são os vencedores do I Prêmio Ignacy Sachs pela modalidade Melhor Artigo Científico Inédito, intitulado Arranjos Multiatores para a Inclusão Produtiva Rural: Agriculturas do Sertão e da Floresta.
O artigo discute como arranjos multiatores têm se organizado no Brasil rural, analisando potencialidades e limites em como colaborar para a inclusão produtiva dos agricultores familiares. Analisa a diversidade de configurações destes arranjos, atores envolvidos, repertórios de atuação e recursos, desenvolvimento de capacidades e as perspectivas de agência dos grupos. Nesse ínterim, tem-se que a governança coletiva entre atores diversos é mediada por instrumentos de ação pública, que não tem necessariamente a primazia do Estado como protagonista.
Acesse o artigo completo aqui.
Convivência com o Semiárido: a construção de um desenvolvimento camponês
Thor Saad Ribeiro, Mestre pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), é o vencedor do I Prêmio Ignacy Sachs na modalidade Melhor Dissertação de Mestrado.
Sua pesquisa, intitulada Convivência com o Semiárido: a construção de um desenvolvimento camponês, analisou o caso da emergência do programa de desenvolvimento conhecido como “Convivência com o Semiárido”, elaborado no contexto do Semiárido brasileiro.
Para tanto, foram discutidas a literatura das correntes contra-hegemônicas do desenvolvimentismo e das transformações agrárias no Sul Global, numa perspectiva de crítica às concepções econômicas e políticas hegemônicas que apresentam um entendimento limitado da natureza enquanto recurso econômico, o que rebate numa incapacidade de lidar com a crise ambiental. Em contrapartida, a dissertação articula um discurso de desenvolvimento baseado na agroecologia e na economia camponesa.
O artigo derivado da dissertação e publicado no Cadernos Cebrap Sustentabilidade pode ser acessado aqui. Já a dissertação completa pode ser acessada aqui.
No rural tem inovação social! Um estudo em dois assentamentos rurais na zona fronteiriça Brasil-Bolívia
Anderson Luís do Espírito Santo, Doutor pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), recebeu o I Prêmio Ignacy Sachs pela Melhor Tese de Doutorado. A pesquisa intitulada No rural tem inovação social! Um estudo em dois assentamentos rurais na zona fronteiriça Brasil-Bolívia foi realizada no Pantanal sul-mato-grossense.
Na região de expansão agrícola, o agronegócio e a exploração dos recursos naturais têm prosperado e deixado para trás uma dívida socioambiental acumulada, refletida na concentração de terras, na pobreza rural, na falta de água, na exploração de reservas ambientais e de terras indígenas, o que se somou ao descaso do governo federal com a agricultura familiar e a reforma agrária.
Diante disso, a tese apresenta possibilidades objetivas, os limites e entraves das experimentações em inovação social no meio rural para fazer face a esses desafios, considerando as particularidades de um território fronteiriço.
O e-book da publicação pode ser acessado aqui.
II Edição do Prêmio Ignacy Sachs
Em 2024, na II edição do Prêmio Ignacy Sachs, a Cátedra Itinerante Inclusão Produtiva Rural selecionou os três melhores trabalhos acadêmicos produzidos no Brasil que abrangeram as interdependências entre inclusão produtiva rural e mudanças climáticas nas modalidades Artigo Científico (publicado ou inédito), Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado.
A escolha dos trabalhos foi feita por uma Comissão Julgadora, nomeada pela equipe de coordenação da Cátedra, composta por sete membros de instituições de diversas regiões do país, com notório conhecimento sobre o tema. Os critérios para escolha foram a originalidade e a relevância para o debate sobre inclusão produtiva no Brasil rural e interiorano e as interdependências com as mudanças do clima, um critério decisivo.
Nesta edição, o artigo premiado já estava publicado no International Journal of Environmental Science and Technology e foi amplamente divulgado pela equipe de comunicação da Cátedra. A dissertação foi transformada em artigo e publicada nos Cadernos Cebrap Sustentabilidade e a tese foi publicada como livro em formato e-book. Todos os trabalhos receberam diploma atestando a premiação.
Climate change in Brazilian agriculture: vulnerability and adaptation assessment
Elizângela Aparecida dos Santos (Doutora em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa e atual Professora na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, no Instituto de Ciências Agrárias, Campus Unaí) foi premiada na categoria Artigo Científico por seu trabalho publicado originalmente no International Journal of Environmental Science and Technology, que tratou sobre o grau de suscetibilidade, capacidade de enfrentamento e capacidade adaptativa de estabelecimentos agrícolas no Brasil, avaliando sua vulnerabilidade às mudanças climáticas. Os resultados, obtidos a partir de diferentes bancos de dados, mostram que os estabelecimentos das regiões Norte e Nordeste são os mais vulneráveis. O trabalho fornece um guia mostrando as áreas e os biomas mais vulneráveis para ações futuras.
O artigo completo pode ser baixado aqui.
O papel dos Sistemas Agrícolas Tradicionais para o Enfrentamento da Crise Ambiental: Horizontes de Políticas Públicas
Maria Julia Alves de Pinho (Advogada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES – e Mestra em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento pelo PPED/IE/UFRJ) venceu na categoria Dissertação de Mestrado, com a pesquisa intitulada Agrobiodiversidade: políticas públicas de salvaguarda e conservação dinâmica de sistemas agrícolas tradicionais no Brasil, disponível aqui. O trabalho foi adaptado para o formato de artigo, intitulado O papel dos Sistemas Agrícolas Tradicionais para o Enfrentamento da Crise Ambiental: Horizontes de Políticas Públicas.
Com uma abordagem qualitativa e interdisciplinar, o trabalho analisa, a partir de pesquisa bibliográfica e documental, as políticas públicas brasileiras voltadas à conservação dinâmica de sistemas agrícolas tradicionais que valorizam e promovem práticas agrícolas sustentáveis desenvolvidas por povos e comunidades tradicionais e outros grupos de agricultores, no lugar do modelo agrícola de monocultura, dominante no Brasil, que agrava a erosão da agrobiodiversidade e a crise climática. Os resultados mostram que, embora as políticas públicas nesta temática tenham avançado, ainda há um longo caminho a ser percorrido para o fortalecimento e integração às demais políticas setoriais.
O artigo derivado da dissertação foi publicado como uma edição especial dos Cadernos Cebrap Sustentabilidade e pode ser baixado aqui.
Productive inclusion of smallholders in the Brazilian biodiesel value chain: a path of challenges and opportunities
Gabriela Solidario de Souza Benatti foi premiada na categoria Tese de Doutorado com seu trabalho que é fruto de uma parceria acadêmica entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Delft University of Technology (TU Delft), na Holanda. Desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico, pelo Centro de Economia Aplicada, Agrícola e do Meio Ambiente (CEA) da Unicamp, a pesquisa resultou em uma tese escrita integralmente em inglês, transformada em livro e publicada no formato e-book com o apoio da Cátedra.
A partir da pergunta “Como a governança pode contribuir para a inclusão da agricultura familiar em cadeias de valor da bioeconomia no Brasil?”, a autora apresentou uma definição para o termo “inclusão produtiva”, que foi aplicada no estudo, e tratou sobre o desafio da inclusão produtiva da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel no Brasil. O foco foi a Política Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) e seu instrumento de promoção da inclusão da agricultura familiar: o Selo Biocombustível Social (SBS). O estudo apresentou a dualidade entre necessidades imediatas e objetivos de longo prazo da PNPB e como a governança adaptativa é fundamental para garantir a realização efetiva dos objetivos de inclusão produtiva ao longo do tempo.
O e-book com o trabalho completo pode ser baixado aqui.
III Edição do Prêmio Ignacy Sachs
A III edição do Prêmio Ignacy Sachs acontecerá em 2026, com previsão de publicação do edital no mês de março. Acompanhe as redes sociais da Cátedra e as notícias publicadas no site para conhecer os critérios e prazos da próxima edição.