Sobre a
cátedra
O que é uma Cátedra?
Por que nossa Cátedra é Itinerante?
Histórico
Fundação e primeiro triênioPesquisas atuais
Segundo triênioO futuro
Perspectivas de futuro para pesquisas no âmbito da inclusão produtiva ruralA Cátedra Inclusão Produtiva no Brasil Rural e Interiorano surgiu a partir de um diálogo entre o Cebrap Sustentabilidade e a Fundação Arymax, em 2020. Naquele momento, avaliamos que este tema recebia menos atenção do que deveria e o debate público era marcado por dois extremos: de um lado, uma visão ingênua de que, havendo crescimento econômico e qualificação dos trabalhadores, haveria geração de empregos. É uma visão ingênua pois ignora-se que um traço marcante do capitalismo contemporâneo é o uso disseminado de tecnologias que descartam crescentemente o trabalho humano, gerando exclusão, mesmo quando há dinamismo da economia. Do outro lado, havia uma ideia de que com a expansão de políticas sociais de garantia de renda já estavam dadas as condições para a inclusão das pessoas na vida econômica. Ocorre que, se o descarte de trabalho é crescente, a demanda por políticas sociais seguirá aumentando. Portanto, era preciso melhorar o conhecimento disponível sobre como criar alternativas para ampliar as oportunidades de inclusão produtiva.
No primeiro triênio, a Cátedra atuou de forma itinerante, apoiando universidades e centros de produção de conhecimento interessados em desenvolver pesquisas. Era também uma maneira de ajudar o mundo da Ciência a fazer frente a um contexto em que o financiamento para pesquisa havia diminuído drasticamente. Dez diferentes centros sediaram a Cátedra em caráter itinerante e desenvolveram onze projetos que, posteriormente, foram transformados em livros, artigos e eventos sobre temas variados como digitalização, mercados de nicho, compras públicas, entre outros. Estes projetos e os respectivos materiais produzidos podem ser acessados no menu Projetos > Itinerâncias Concluídas.
Neste mesmo período, a Cátedra instituiu o Prêmio Ignacy Sachs para reconhecer trabalhos acadêmicos relevantes sobre inclusão produtiva rural e outros temas que o interseccionavam. Também foram publicados dois Relatórios e uma série de Policy Brief com dados relevantes sobre inclusão produtiva em escala nacional e com sugestões de políticas e ações. A partir disso, pôde-se pensar um novo triênio.
Ao longo desse tempo, outros parceiros foram agregados, como as Fundações Porticus e Tide Setúbal e os Institutos Itaúsa e Humanize. Tudo isso consolidou a Cátedra como um espaço reconhecido e abriu oportunidades concretas de incidência em políticas públicas e processos de tomada de decisão públicos e privados que renderam parcerias oficiais com o Consórcio Nordeste, o Ministério do Desenvolvimento Social, o Governo do Estado do Piauí, entre outros.
Com base nessa trajetória, o planejamento para o segundo triênio da Cátedra introduziu três mudanças. Primeiro, o caráter de sediação itinerante seria substituído por um programa de estudos aplicados, orientado por parcerias estratégicas, dando novo significado ao termo “itinerante”. Segundo, haveria uma concentração temática, tendo por foco as articulações entre a agenda climática e as oportunidades de inclusão produtiva associadas a ela. Terceiro, os estudos seriam planejados de acordo com possibilidades de incidência em investimentos públicos e privados previamente identificados. Essas mudanças devem fortalecer ainda mais a Cátedra e o lugar do debate sobre inclusão no contexto das mudanças pelas quais passam o Brasil e o mundo.
de Arilson Favareto.
A partir de 2024, a agora denominada Cátedra Itinerante Inclusão Produtiva Rural iniciou o segundo triênio com o intuito de ampliar a contribuição para a discussão sobre inclusão produtiva rural no Brasil e de apoiar processos estratégicos de tomada de decisão.
O principal interesse é discutir e propor estratégias que respondam às tendências que devem moldar a inclusão produtiva ao longo da próxima década. Para nós, entre essas tendências estão: as mudanças climáticas, a digitalização e a transição demográfica. Com os estudos que a Cátedra pretende promover ou apoiar, queremos entender melhor os impactos negativos que essas tendências podem gerar para a inclusão produtiva e mapear novas oportunidades que podem ser criadas.
Para avançar nessa agenda, a Cátedra terá duas abordagens principais: a primeira, é convidar pesquisadoras e pesquisadores de excelência para conduzir estudos de curta duração em temas estratégicos. A segunda, é coordenar projetos que visem a incidência direta sobre demandas de tomadores de decisão que estão desenhando ou aperfeiçoando programas de inclusão produtiva rural. Nas duas abordagens, a Cátedra abre espaços de discussão sobre o que está sendo produzido, convidando uma diversidade de atores sociais relevantes para contribuir ativamente para os estudos em curso.
Nesta nova fase, a Cátedra selecionou o contexto do Semiárido nordestino brasileiro como foco da sua atenção, por ser uma região altamente vulnerável às mudanças climáticas e com forte presença da agricultura familiar. Assim, esperamos contribuir para que as intervenções de inclusão produtiva rural, especialmente no Semiárido do país, tornem-se mais preparadas para os desafios que a próxima década trará, criando caminhos sustentáveis e inclusivos.
de Vahíd Vahdat
A agricultura vai sofrer muito com as mudanças climáticas, principalmente os pequenos produtores que estão situados em regiões que já têm um histórico de clima instável e severo, como a região do Semiárido nordestino no Brasil. Isso requer uma agenda de adaptação na área de novas tecnologias de produção, de conservação de água, uma assistência técnica capaz de dar conta dos desafios de uma produção que vai mudar muito rapidamente, e políticas públicas, para poder mitigar os impactos dessas mudanças climáticas. A agenda de adaptação é necessária, evitando que vários avanços que foram obtidos pelos pequenos produtores na agenda de inclusão produtiva sofram retrocessos. Isso impõe uma agenda de pesquisa e de políticas públicas e é importante olhar como outros países estão lidando com o tema de adaptação.
A pesquisa é um passo fundamental para investigarmos o impacto que as mudanças climáticas já estão causando na produção da agricultura no Semiárido com os pequenos produtores. Isso abrange perda de safra, mudança de calendário agrícola e no cultivo. É importante entender como os agricultores estão lidando com este fenômeno e outras questões associadas, como as mudanças tecnológicas profundas em toda a economia – que também afetam o pequeno produtor –, uma velocidade muito mais rápida de inovação e a chamada digitalização da economia. É importante entender se os pequenos não estão ficando para trás também nesse campo. Assim, o acesso à informação e tecnologia é importante para responder às mudanças climáticas, e a assistência técnica também está cada vez mais digital e remota. Portanto, essas transformações podem ser uma oportunidade ou um desafio adicional aos agricultores.
Além disso, há mudanças no padrão demográfico. Hoje em dia a gente tem uma saída dos jovens da área rural, representando um problema de sucessão nas famílias de pequenos agricultores. Precisamos entender se esses jovens que saem para cursar faculdade regressam ou não, pois pode ser algo positivo, quando os jovens retornam qualificados e pensam em uma nova agricultura, sendo um trunfo para superar a questão da informação e da tecnologia, ou negativo, sendo um caso de esvaziamento de muitas áreas de produção rural no interior do Nordeste, com o jovem buscando uma vida mais urbana. Assim, é importante investigarmos esses fenômenos de forma associada para que soluções complexas e estruturadas possam ser implementadas, envolvendo todos os atores.
de Beto Veríssimo
Vahíd Vahdat
Pesquisador
Mireya Valencia
Pesquisadora
Júlia Mariano
Pesquisadora
Beto Veríssimo
Assessor especial
Alicia Sei
Comunicadora
Vahíd Vahdat
PesquisadorFaz parte da equipe de coordenação da Cátedra e é o pesquisador responsável pelo eixo temático sobre Adaptação Climática. É graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com ênfase em Economia Agrícola e Meio Ambiente, e Doutorando em Planejamento e Gestão do Território pela Universidade Federal do ABC (UFABC). É Diretor de Projetos e Articulador Institucional no Instituto Veredas e colaborador do Institute for Studies in Global Prosperity. Tem experiência em consultoria estratégica para o fortalecimento de economias locais e desenvolvimento comunitário e territorial, com ênfase no âmbito rural e na inclusão produtiva.
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/vah%C3%ADd-vahdat-34191b2a/
Mireya Valencia
PesquisadoraFaz parte da equipe de coordenação da Cátedra e é a pesquisadora responsável pelo eixo temático sobre Juventude Rural. É Mestra em Desenvolvimento Rural pela Pontifícia Universidade Javeriana da Colômbia e Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB). É também professora da UnB, na faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, presidente da Rede de Estudos Rurais no período 01.2024-12.2025 e diretora presidente da Rede Brasileira de Pesquisa e Gestão em Desenvolvimento Territorial (2015-2020). Integra o grupo de pesquisa do Centro de Gestão e Inovação da Agricultura Familiar (CEGAFI/UnB) e a Rede Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural em América Latina. Tem experiência em pesquisa e consultoria junto a órgãos de governo e agências de cooperação internacional e os principais trabalhos estão relacionados ao desenvolvimento rural e às políticas públicas.
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/mireya-valencia-26aa6512/
Júlia Mariano
PesquisadoraFaz parte da equipe de coordenação da Cátedra e é a pesquisadora responsável pelo eixo temático sobre Digitalização. É graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), Mestra e Doutoranda em Planejamento e Gestão do Território pela Universidade Federal do ABC (UFABC). Pesquisa sobre temas relacionados aos estudos rurais no Brasil, desenvolvimento rural e sistemas alimentares.
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/j%C3%BAlia-giorgi-mariano-4b43451b6/
Beto Veríssimo
Assessor especialAssessor especial da Cátedra, é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e pós-graduado em Ecologia pela Universidade da Pensilvânia (EUA). É cofundador e pesquisador sênior do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA), coordenador do projeto Amazônia 2030 e diretor da iniciativa Progresso Social Brasil (IPS Brasil). É Sênior Fellow da Ashoka e empreendedor social global da Fundação Skoll dos EUA. Atua em iniciativas de preservação da Amazônia.
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/beto-verissimo-0723b7a/
Alicia Sei
ComunicadoraResponsável pela comunicação da Cátedra, é graduada em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (USP), Mestra em Gastronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na área de concentração Sistemas Socioecológicos, Saúde e Políticas Públicas. Pesquisa e trabalha com temas relacionados à Gastronomia, Sustentabilidade, Hortas e Sistemas Alimentares.
Criado em 2019, o Cebrap Sustentabilidade – Núcleo de Pesquisa e Análises sobre Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade – é o braço do Cebrap que busca integrar a agenda ambiental à redução das desigualdades sociais, analisando a interdependência entre mudanças climáticas e desigualdade.
No que tange à Cátedra, o foco do Núcleo é a pesquisa em inclusão produtiva rural, buscando formas de incluir populações vulneráveis em atividades produtivas, ao mesmo tempo em que se promove a conservação ambiental.
A Fundação Arymax é uma entidade sem fins lucrativos que mobiliza recursos privados para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Com um legado de transformação social e tradição, a Arymax articula e coordena esforços por meio da produção e difusão de conhecimento e ações para a promoção da inclusão produtiva de pessoas em vulnerabilidade econômica no mundo do trabalho, aumentando suas oportunidades de renda. Além disso, apoia organizações da comunidade judaica, com o intuito de fortalecer os valores e as raízes da família fundadora.
A Porticus é uma fundação familiar privada, fundada em 1995, que visa criar um futuro sustentável, em que a justiça e a dignidade humana floresçam, via fortalecimento da resiliência das comunidades para que todas as pessoas sejam donas de seu futuro. Também busca abordar questões sociais e ambientais por meio de uma colaboração estreita com parceiros locais e globais, com o intuito de promover mudanças sistêmicas que beneficiem as pessoas hoje e as próximas gerações.
O Instituto Itaúsa é uma organização dedicada a financiar e a apoiar iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável no Brasil, atuando com uma abordagem integrada, que articula as dimensões de clima, natureza e pessoas.
Apoia organizações e iniciativas que atuam em duas frentes estratégicas: Conservação do Meio Ambiente e Produtividade & Sustentabilidade. Entende-se que a conservação ambiental é uma condição essencial para garantir a resiliência econômica e o bem-estar social, contribuindo para uma economia mais produtiva e positiva para o clima, a natureza e as pessoas. Além disso, reconhece-se que o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental com fortalecimento social não são objetivos mutuamente exclusivos, mas sim interdependentes. Por meio de parcerias e ações colaborativas, transformam ideias em impacto, conectando pessoas, comunidades e negócios para gerar resultados positivos e construir um Brasil mais sustentável.