Produção Rural Inclusiva e Sistema Alimentares é tema de projeto desenvolvido pela Rete, organização-sede da Cátedra

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A Rede Brasileira de Pesquisa e Gestão em Desenvolvimento Territorial (Rete) sedia a Cátedra Itinerante pelo segundo ano consecutivo. Neste ano, a Rete desenvolve o projeto “Produção Rural Inclusiva e Sistemas Alimentares: apontando caminhos para consolidação de nichos de inovação (Prisma)”.

Com abrangência internacional, um dos componentes do Prisma é executado com as redes parceiras no México, Colômbia e Chile. O objetivo é levantar evidências sobre políticas públicas de Inclusão Produtiva Rural (IPR) que permitam identificar quais são os principais desafios para a IPR e as estratégias para enfrentá-los.

Esse componente é desenvolvido em parceria com a Rede Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural na América Latina e Caribe (Rede PP-AL). O projeto está em construção desde novembro de 2022, as equipes já definiram os casos a serem estudados e já foram analisadas informações sobre o marco da inclusão produtiva rural em cada um destes países.

“Chama atenção a forma dispersa como em cada país se está abordando esse assunto e a pouca articulação entre programas e políticas para contribuir com os processos de inclusão”, afirma a professora da Universidade de Brasília (UNB) e integrante da Rete, Mireya Valencia Perafán. “No entanto, há evidências de processos de inclusão por exemplo, no México na cadeia do Mescal, na Colômbia na parceria público privado para a comercialização de batata e no Chile no programa nacional de desenvolvimento local”, completa.

Como parte do projeto, a Rete promoveu em abril a mesa redonda “Desenvolvimento territorial rural na América Latina: Desafios e oportunidades no Brasil, Colômbia e México”, que contou com a organização do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (Cegot), pertencente à Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal). A mesa foi mediada pelo professor Iván Tartaruga (Portugal) e contou com a presença dos professores Juan Patricio Molina (Colômbia) e Francisco Herrera Tapia (México), além da pesquisadora Mireya Valencia, pelo Brasil. 

O resultado final do componente internacional da pesquisa deve ser apresentado pela Rete em um seminário no final de junho de 2023. Já para o segundo semestre, está prevista a elaboração de uma nota técnica com os principais achados nas pesquisas e com recomendações para políticas públicas sobre IPR.

No Brasil

Para aprimorar a tipologia de Inclusão Produtiva Rural desenvolvida pela Rete no primeiro ano que sediou a Cátedra, o Prisma também apresenta outro componente, focado no Brasil, que é a identificação de fatores que favoreçam o desenvolvimento de experiências bem-sucedidas de transição para sistemas alimentares e inclusivos, assim como seus bloqueios e desafios.

Em uma das etapas já realizada desta pesquisa, no Território da Borborema na Paraíba, com integrantes da rede de feiras, das organizações que apoiam esse processo e de sindicatos de trabalhadores rurais, foi possível identificar a relevância que essa articulação em rede tem para garantir a sustentabilidade dessa estratégia, que vai além da venda de produtos agroecológicos.

A essa rede juntam-se as redes de quitandas e a rede de sementes nativas crioulas. Essa última rede tem conseguido incidir positivamente em algumas prefeituras para estabelecer ou consolidar bancos de sementes, sua compra aos próprios agricultores do município e a sua distribuição.

Os próximos passos incluem visitas da rede de feiras solidárias e agroecológicas no Território Itapipoca (Ceará). “Espera-se com esse campo trazer maiores elementos à reflexão sobre os fatores que favorecem o sucesso dessas experiências nos processos de IPR e estabelecer até que ponto são o suficientemente articuladas para conseguir vencer bloqueios impostos pelos regimes dominantes”, indica Mireya Valencia.

Ascom Cátedra

Foto: Rete

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