Juventude Rural Transformadora: educação profissional e inovação para um campo mais inclusivo

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Reitor do IFPI, Paulo Borges da Cunha, destaca papel da educação profissional e como o Juventude Rural Transformadora pode ser um catalisador de mudanças nas comunidades rurais do Piauí

O Programa Juventude Rural Transformadora, uma iniciativa pioneira no Brasil, já está em pleno andamento no Piauí. Com 100 jovens bolsistas selecionados e o primeiro encontro preparatório realizado, o projeto dá os primeiros passos para capacitar agentes de transformação social em 12 territórios do estado. O programa, que tem como foco a formação técnica, política e empreendedora de jovens egressos dos cursos de Agropecuária e Agricultura do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e de outras instituições, busca promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo no meio rural. Nesta entrevista, o reitor do IFPI, Paulo Borges da Cunha, compartilha as expectativas para o programa, os desafios enfrentados e a importância da educação profissional na construção de um campo mais inclusivo e inovador. Ele também destaca o papel dos institutos federais como agentes de transformação social e como o Juventude Rural Transformadora pode ser um catalisador de mudanças nas comunidades rurais do Piauí. Confira a entrevista completa.

CIPR: Programa Juventude Rural Transformadora já está em andamento, com os 100 bolsistas selecionados e o primeiro encontro preparatório já realizado, dando início às atividades previstas no cronograma. Quais são as expectativas para o desenvolvimento do programa? E já é possível compartilhar algumas das primeiras experiências e impressões desse começo?

PB: As Expectativas são as melhores possíveis, tendo em vista que este Programa é pioneiro no país, irá atender aos 12 territórios no Piauí, com representantes egressos dos Cursos Técnicos em Agropecuária e Agricultura do Estado e do IFPI, em suas localidades, o que é um diferencial. Eles serão capacitados para atuarem como agentes de transformação social em seus territórios de origem, pois conhecem as realidades e sabem onde atuar com mais eficiência. Será uma experiência única para esses jovens. Catalisar esforços em prol do desenvolvimento sustentável de suas comunidades, nas práticas agrícolas e principalmente nas políticas de assistência ao agricultor rural em seus direitos.

CIPR: A formação de 100 jovens do Projeto Juventude Transformadora busca não apenas capacitação técnica, mas também uma visão estratégica sobre a transformação rural mais inclusiva e sustentável. De que maneira as dimensões da inclusão e da sustentabilidade estão sendo trabalhadas na elaboração da formação dos jovens? E quais são os principais desafios na preparação desses jovens para que eles se tornem agentes de mudança em seus territórios?

PB: No momento em que possibilita ao jovem aplicar de forma prática aquilo que aprendeu e socializar esse conhecimento através da assistência aos produtores rurais. Dinamizar e fortalecer as boas práticas e principalmente ser veículo de formação política, social e empreendedora. O principal desafio é a quebra de modelos instituídos culturalmente e historicamente em nosso Estado, que precisa ser mudado, mas com esse Programa tenho certeza que muitos produtores irão se aperfeiçoar e mudar suas visões e desta forma, transformar suas realidades sociais.

CIPR: O êxodo rural e a falta de oportunidades para os jovens no campo são desafios em todo o país, e no Piauí não é diferente. De que forma a educação profissional pode abrir caminhos para que esses jovens permaneçam e se tornarem protagonistas em seus territórios? Como essas iniciativas se conectam com as demandas locais? E, dentro desse contexto, de que maneira a aproximação dos jovens às políticas públicas voltadas para a agricultura familiar – um dos focos do programa Juventude Rural Transformadora – pode fortalecer esse processo de transformação?

PB: A Educação Profissional se diferencia do Ensino Formal porque prepara para o Mercado de Trabalho de forma prática. Isso é o que difere os Colégios Técnicos Agrícolas e os Institutos Federais de outro modelos educacionais. Este Programa visa transformar não só a realidade do jovem, mas de toda a comunidade que faz parte do seu território. Esse jovem poderá auxiliar sua comunidade a mudar as suas realidades, buscar alternativas sustentáveis na produção, compreender seu papel social e político e com isso erradicar a pobreza e a miséria de muitos municípios do Estado.

CIPR: O Brasil tem avançado na construção de políticas voltadas para a juventude rural, mas ainda há desafios. Na sua visão, qual é o papel dos Institutos Federais nesse processo?
PB: Os Institutos Federais, como falei a pouco, são agentes de transformação social, porque foram idealizados para incluir e proporcionar desenvolvimento nos territórios em que atuam. Atendem aos Arranjos Produtivos e prezam por uma formação qualificada, prática, interventiva, extensionista e voltada para atendimento às demandas sociais. A inovação tem sido um fator essencial para favorecer processos de inclusão produtiva. De que forma o Instituto Federal atua para propiciar que os jovens sejam protagonistas chaves dessas inovações, por meio do Juventude Rural Transformadora.

Através do Programa vamos possibilitar aos nossos agentes uma formação voltada para solucionar problemas no campo agrícola, garantir a qualidade na produção, orientar as comunidades alvo integrantes do Programa em buscar as políticas de assistência ao produtor rural, e ter acesso às principais tecnologias que fazem a diferença na produção e comercialização. Esperamos com este Programa sanar problemas sociais históricos em nosso Estado.

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