Cátedra IPR lança relatório Inclusão Produtiva no Brasil Rural e Interiorano

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Lançamento marca uma nova etapa de desenvolvimento da Cátedra, quando o foco passa a ser as interdependências entre a agenda das mudanças climáticas e da Inclusão Produtiva

Na terça (10/12), a Cátedra Inclusão Produtiva Rural (IPR) lançou o Relatório Inclusão Produtiva no Brasil Rural e Interiorano (2023-2024) durante evento com transmissão ao vivo pelo Youtube do Cebrap Sustentabilidade. A publicação traça um panorama detalhado sobre os desafios e as oportunidades para a inclusão produtiva nas áreas rurais do país, em um contexto de mudanças climáticas e transformações estruturais.

O evento contou com a participação de Vania Marques, secretária de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag); Alice Vogas, chefe da Assessoria Especial para a COP 30 do Ministério do Meio Ambiente (MMA); Luiz Carlos Beduschi, oficial de Políticas da FAO; e Arilson Favareto, integrante da coordenação do Cebrap Sustentabilidade e da Cátedra Josué de Castro.   

O relatório aborda a ideia de uma transição rural justa, que integre crescimento econômico, inclusão social e sustentabilidade ambiental. O documento analisa as tendências de transformação nas áreas rurais brasileiras, revisa as políticas públicas e propõe inovações para instrumentos como crédito rural, assistência técnica e mercados de nicho, e está dividido em três capítulos:

  • Por uma transição rural justa, sustentável e inclusiva;
  • Dinâmica recente das ocupações no Brasil rural e interiorano;
  • Espaços de inovação nas políticas de inclusão produtiva no Brasil rural.

 Desafios

A falta de dados atualizados, acesso a tecnologias adaptadas à agricultura familiar, apoio à coletividade e organização cooperada e a necessidade de políticas sociais integradas, estão entre os desafios apontados pelos participantes do debate. “É necessário pensar uma inovação da perspectiva das políticas públicas de um modo geral, entendendo que o campo brasileiro é um espaço de vida, porque nós estamos falando de pessoas. Temos de ter políticas sociais associadas com educação, saúde, tudo isso entendendo que o campo é lugar de gente”, avalia Vania.

“Ao mesmo tempo que a gente vive o desafio de conteúdo e ideias que precisam ser colocadas e desenvolvidas, também temos a necessidade de um trabalho de articulação, como uma coalizão de vários atores que podem dar conta desse desafio de maneira articulada”, afirma Vahíd Vahdat, que integra a coordenação da Cátedra IPR e mediou o encontro.

Para Arilson Favareto, coordenador do Cebrap Sustentabilidade, para isso será importante que, ao longo de 2025, ocorra uma grande mobilização “que envolva um conjunto de forças sociais, a burocracia governamental, os movimentos sociais e uma parte progressista do setor privado. Porque só assim, mobilizando uma diversidade de forças sociais, chegaremos a uma coalizão forte que possa concretizar esse tipo de transição”.  

Os convidados do encontro também abordaram a conexão da temática com a agenda da COP-30, a agenda internacional e o debate sobre o desenvolvimento rural na América Latina, que enfrenta desafios como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, avanços tecnológicos e reorganização dos sistemas alimentares.

“Esse diagnóstico de que a gente enfrenta, por um lado uma economia dual, em que o Estado aposta na modernização do agro, ao mesmo tempo que compensa com políticas sociais os resultados não esperados, é um fenômeno muito forte na América Latina também”, afirma o oficial de Políticas na FAO, Luiz Beduschi. “Os resultados dessas transformações são mistos, mas há um conjunto de desafios que precisam ser colocados na discussão”. 

Nova fase

Julia Mariano, integrante da coordenação da Cátedra IPR, destaca que o lançamento do relatório marca uma nova etapa de desenvolvimento da Cátedra, a partir do triênio iniciado em 2024, quando o foco de trabalho passou a ser as interdependências entre a agenda das mudanças climáticas e da Inclusão Produtiva.

“A atenção à produção de conhecimentos e formação de capacidades, que caracterizaram o primeiro triênio da Cátedra, passam a ser complementadas com uma maior atenção a incidência de políticas públicas e investimentos privados”, afirma.

Assista ao lançamento do relatório 

Ascom Cátedra

 

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